Divulgamos aqui mais um trabalho sobre vampiros e lobisomens. Desta vez, a honra coube ao Edgar, ao André e ao António do 10A.
Pode ler o ebook aqui.
"E dado que há sempre um menino que pergunta -Como é que se inventam histórias? - ele merece uma resposta honesta". Gianni Rodari, in Gramática da Fantasia
Divulgamos aqui mais um trabalho sobre vampiros e lobisomens. Desta vez, a honra coube ao Edgar, ao André e ao António do 10A.
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Em breve iremos começar as atividades do nosso Clube de Leitura
Os livros selecionados tiveram em conta as propostas dos alunos e as recomendações do Plano Nacional de Leitura.
Os materiais produzidos pelos alunos, poderão ser consultados AQUI
O desafio dos "Ser escritor é cool" continua a estimular a criação de textos originais. Desta vez partilhamos um trabalho escrito a seis mãos, pela Inês, Joana e Margarida do 10A. Parabéns pela vossa colaboração!
Está escuro, o vento bate estrondosamente nas janelas e a chuva inunda o jardim. Estou deitada na minha cama, a ouvir o som dos relâmpagos e a ver os raios luminosos, que iluminam a noite fria. A casa está silenciosa. Todos dormem, exceto eu. Estou preocupada com o meu cão, pois está lá fora e deve estar ainda mais assustado e com mais frio do que eu.
Até que… ouço a maçaneta da porta rodar suavemente. Parece que alguém quer entrar sem querer acordar-me. Começo a tremer da cabeça aos pés. O medo invade-me. Quem virá lá? Ao fim de uns segundos, a porta abre-se. Não entra ninguém, apenas ouço um leve sussurro que me chama. "Aliiice…" Levanto-me e sigo-o, não sabendo bem porque o estou a fazer. Ele quer que eu saia de casa, por isso pego num casaco e saio. Felizmente, parou de chover. Apesar da lua cheia brilhar intensamente, reparo que não há luz na cidade, o que me deixa assustada, ao pensar se as sombras que me perseguem são reais ou pertencem à minha imaginação. Continuo a caminhar cuidadosamente, quando ouço um uivo. Subitamente, um estrondo atrás de mim faz-me virar, e vejo que um poste de eletricidade está estendido no chão. Chego-me mais perto. Consigo observar uma estranha marca na parte inferior, parece… uma dentada de lobo, apesar de não estar nada nem ninguém aqui perto. Sinto lágrimas a escorrer pela minha cara, só de pensar que podem andar lobos à minha volta. Ou pior… lobisomens. Nem sei o que faria se visse um, porque lobisomens e vampiros são os monstros de que tenho mais medo. Permaneço imóvel, sem conseguir mexer um dedo. Apenas o meu cabelo esvoaça. Começam a ouvir-se pequenos ruídos e cada vez aparecem mais sombras ao meu redor, que passam por mim sem deixar rasto. Repentinamente, uma delas desperta-me a atenção, pelo simples facto de não parecer uma sombra, mas sim algo real. Tento dar um passo e, finalmente, consigo. Então, mal viro a esquina, por onde esta seguiu, vejo os dentes brilhantes e as patas peludas de um lobisomem. Acelero o passo. Corro. A dada altura parece que estou a voar, e não paro. Simplesmente tento voltar para casa, porque finalmente percebi que talvez tenha sido uma péssima ideia sair sozinha, a estas horas da noite. Corro ainda mais. Corro até sentir que enfiei a cabeça numa barriga macia. E, assim que levanto o olhar, um vampiro olha-me nos olhos e sussurra "Quero sangue." Este é, sem dúvida, o pior dia da minha vida. Não sei mesmo o que fazer, a não ser esperar que seja um pesadelo. Enquanto tal não acontece, só reparo nos dentes afiados a chegarem perto do meu pescoço.
O
despertador toca: 7:00. Está na hora de me levantar, para ir para a escolinha.
Arranjo-me e, antes de sair de casa, passo pelo jardim, como sempre, para me
despedir do meu cãozinho. No entanto, surpreendentemente, o portão está aberto
e ele está a entrar. Que estranho… Que eu saiba, ele costuma passar a noite na
casota…
– Filha, vais chegar atrasada!
Parece que tenho de ir andando, este mistério terá de ficar para mais tarde…
Depois de
um dia atarefado na escola, chego a casa. Faço os trabalhos de casa, janto e,
depois de os papás me contarem uma história, vou para a cama. Só espero que
esta noite não tenha outro pesadelo...
Estou à
porta de casa, na rua. O meu cérebro ordena-me que dê meia volta e volte para
dentro, mas as minhas pernas agem sozinhas e começam o caminho, até à praça da
cidade. A noite está fria, tal como a anterior, porém não chove, nem troveja. A
lua cheia brilha novamente e consigo ouvir alguns ruídos, possivelmente devido
à grande ventania. Em todos os edifícios há cartazes de Halloween que, tenho de
admitir, se tornam um pouco assustadores à luz do luar. Todavia, continuo o meu
caminho pela cidade, tentando ignorar tudo à minha volta, concentrando-me
apenas no meu objetivo: chegar à praça principal. Mas, agora que penso, porquê
a praça principal? Porque não uma rua, um café, um parque...? O meu cérebro
está a fumegar, parece que alguém o está a controlar, que alguém se enfiou lá
dentro e agora dá as ordens por mim. Estou preocupada.
Assim que chego à praça,
fico surpreendida, ao encontrar o meu cão a observar a lua cheia. De repente,
os seus membros começam a crescer e a sua cabeça a aumentar de tamanho.
Assusto-me e questiono-me no que ele se estará a transformar, quando o ouço a uivar. Nesse mesmo instante, apercebo-me que estou diante de um lobisomem. Começo a correr, em direção à minha casa, sem me atrever a olhar para trás. Os meus olhos nem acreditam no que acabaram de ver…
Reconheço
a minha casa lá bem no fundo da rua. Mal entro, reparo que as luzes estão
acesas, o que significa que os meus pais não estão a dormir. Subo,
apressadamente, as escadas, para lhes contar o que acabei de descobrir acerca
do nosso cão. Antes de abrir a porta do quarto deles, escuto um ténue silvar.
Abro a porta. Não pode ser real: no tapete, um veado encontra-se deitado,
enquanto os meus pais se alimentam do seu sangue. Ao que parece, a minha
família sempre foi o que eu mais temia, sem eu nunca suspeitar…
– O que estás aqui a fazer? - pergunta o meu pai.
– Não deverias estar a dormir? - questiona a minha mãe.
Estou tão assustada que não sai uma única palavra da minha boca. Inesperadamente, o meu
pai encaminha-se para mim, enquanto os seus dentes pontiagudos brilham à luz do candeeiro.
O despertador toca: 7:00. Tudo não passou de um mero pesadelo, nunca me senti tão aliviada. Levanto-me e sigo até à casa de banho. Lavo a cara e, ao passar a toalha, sinto algo doloroso no meu pescoço. Ergo a cabeça, olho-me ao espelho e reparo em duas enormes mordidelas, profundas, além de que a minha cara está mais branca do que neve. O que significa isto? Haverá alguma possibilidade de o meu pesadelo ter sido real e de agora eu ser uma VAMPIRA?
– Alice, vem tomar o pequeno-almoço, são quase horas de saíres!
– Já vou, mamã, já vou...
Afinal, será que andam por aí
vampiros e lobisomens, ou será que são mesmo só imaginação nossa? Deixamos ao
critério de cada um, mas tenham cuidado, pois alguém pode surpreender-vos…
A Escola Básica da Cruz de Argola fez parte de uma leitura coletiva de "A maior flor do mundo", a única obra infantil escrita por José Saramago, marcando deste modo o início das comemorações do centenário do escritor.
Coube ao jornal Público fazer a recolha das leituras por todo o país e incluí-las num vídeo único que pode ser consultado aqui.
Divulgamos um dos trabalhos selecionados para o primeiro desafio do concurso.
Parabéns à Inês A., do 9º ano, pelo seu empenho!
Com o passar dos anos, o nosso segredo é cada vez mais
esquecido. Todos nós vivemos numa pequena vila no coração da floresta, apenas
nos afastamos para nos abastecermos de alimentos, mas com cuidado. Nós,
lobisomens, sempre fomos muito chegados à nossa espécie. Como não temos muitos
vizinhos, vivemos tranquilos. Mas com a chegada do inverno, tudo muda.
Cristofe, o nosso chefe, está sempre de vigia nas margens do
rio. Normalmente, esta época do ano é sempre a mais temida. É a chegada dos
vampiros, os nossos inimigos. As colónias deles querem sempre o nosso lugar na
floresta, mas o chefe nega os acordos vindos dos mesmos.
De uns dias para cá, percebi que as nossas tropas se
juntaram, mas, no início, não entendia o motivo. O chefe não sai de casa há já
alguns dias e, sempre que entra o alfa das tropas, só sai passado algumas horas.
Sei que se passa alguma coisa, isto já aconteceu antes, quando alguns humanos
nos descobriram e tentaram acabar com a nossa espécie, mas as tropas
conseguiram afastá-los daqui. No entanto, com os vampiros é diferente! Eles são
fortes e em grande quantidade. Sempre que acontece alguma batalha, o meu
coração acelera. Tenho medo do que poderemos perder e termos de abandonar a
nossa casa e os membros da alcateia … Mas como a minha mãe diz, pensar positivo
ajuda na força e confiança, e mesmo não pertencendo ao nosso exército, tenho fé
nele.
A noite sempre é a mais temida. Nunca se sabe se eles vão
atacar ou não. Nunca consegui pregar o olho desde que os sons aterrorizantes e
dos gritos começaram a preencher a vila. Esta guerra está em pé há mais de duas
semanas e parece que nunca mais acaba! Só sei que irá ficar um enorme espaço
vazio na alcateia e no coração de todos…
O tempo passa como um caracol, o desespero das famílias
aumenta e a ansiedade cresce à medida que os dias passam. As únicas cores agora
vistas são preto e branco. Parece que tudo está a andar em câmara lenta e tudo
que ouvimos é os choros das famílias a implorar para que os seus parentes
voltem para casa salvos, ou os choros das famílias ao saberem que perderam um
parente na guerra.
Tudo se tornou a própria solidão e está cada vez mais triste.
A nossa única esperança reviveu apos o chefe anunciar à vila que iria falar na
praça.
- Famílias! A guerra terminou e é com enorme prazer que digo
que vencemos! A alegria voltou. Os gritos de felicidade foram acionados e o
desespero desapareceu. O pesadelo acabou e poderemos continuar nas nossas
casas. Contudo, para algumas famílias, ficara a casa incompleta.